José Sócrates gostaria de ser recordado como o líder que deixou na esquerda a marca de seriedade e competência que parecia ser apanágio da direita. Fiel à sua matriz ideológica, socialista, prometeu um estado eficaz e sério, uma administração pública capaz e ao serviço dos cidadãos. Volvidos três anos e meio sobre a sua posse, os resultados são frustrantes, a imagem do primeiro-ministro esboroa-se.
Em campanha eleitoral, o secretário-geral do PS prometera o choque tecnológico, o combate sem tréguas ao desemprego, com a criação de 150 mil novos postos de trabalho, e o não aumento de impostos. Ao invés, subiu o IVA e obrigou mais de 150 mil portugueses a procurar emprego no exterior, num movimento migratório só comparável ao dos últimos anos da ditadura. O choque tecnológico resume-se a uma distribuição populista de computadores, num estilo plagiado de Valentim Loureiro.
Sócrates empurra-nos para o abismo. A reforma da administração pública foi um flop. Temos hoje um estado ainda maior, mais pesado e mais caro: aumentou a despesa corrente e o número de funcionários não diminuiu significativamente. A justiça continua paralisada, as forças de segurança inoperantes. O sistema público de educação transformou os professores em burocratas, desvalorizando-os e desresponsabilizando-os. Os gastos estatais em saúde aumentam e os beneficiários não são os utentes, mas sim os grupos privados de saúde, laboratórios e farmácias. O Simplex, programa que prometia desburocratizar a administração pública, é uma miragem. Prevalece e reforça-se a cultura centralista e burocrática, ao ponto de, ainda em 2008, ser o Ministério da Educação a regulamentar as podas das árvores nos recreios das escolas de Bragança ou Melgaço. Os portugueses estão mais pobres, o estado mais ineficaz, o país sem estratégia.
Durante algum tempo e à força de muita propaganda, subsistiu a imagem de eficácia de Sócrates. Com o seu ar sisudo, apropriou-se do arquétipo do político austero, competente, magro, na senda de Salazar ou Cavaco Silva. Renegava assim a sua origem afectiva, de esquerda, e o padrão do político permissivo, bonacheirão e anafado, desempenhado pelos incapazes Mário Soares ou Guterres. Só que a postura de competência e determinação jamais tiveram tradução na acção do seu governo. Ao cair da máscara, percebe-se que Sócrates é um novo Guterres, disfarçado de Cavaco. Um bom disfarce num óptimo actor. Mas só isso.
Paulo Morais
http://jn.sapo.pt/Opiniao/default.aspx?opiniao=Paulo%20Morais
Com a eleição de Manuela Ferreira Leite, depressa se levantou um murmurinho, de que tudo continuaria na mesma. Com uma oportunidade para uma liderança nova desperdiaçada, pela derrota de Pedro Passos Coelho, o PSD continuou no marasmo em que se encontrava. A velha guarda, ou os barões de novo, nada trouxeram.
Com uma oposição inexistente, Sócrates tem governado a seu belo prazer, a este silêncio do maior partido da oposição, ninguém entende ou explica. Mas não é só o PSD que se tem calado, com o estado da nação como está, com desemprego, falta do poder de compra dos portugueses, a insegurança, o aumento da criminalidade, o estado da saúde, da justiça e da educação, protestos atrás de manifestações, o país paralizado, o aumento dos combustiveis, e nisto tudo, onde está o Presidente da República? Porque não intervém? Estará já a pavimentar o seu caminho para uma 2a re-eleição? Será essa a razão porque não faz aquilo para que foi eleito? Com outros presidentes, já este governo tinha sido destituído há muito tempo.
Luís Filipe Menezes através de artigos de opinião, começa a mostrar as garras, pena que não as tenha mostrado antes.
Hoje o PSD veio pedir a demissão do Ministro da Administração Interna Rui Pereira, pena que não tenham tido coragem e tivessem pedido a demissão do principal culpado pelo mau estado da nação, José Socrates.
Talvez Alberto João Jardim tenha razão, e o que faz falta é mesmo um partido novo, já que PS e PSD só diferem numa letra apenas.
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. A oposição que o PSD gost...
. E à direita nada de novo....